Lisboa - 4º Dia - Visita à Torre de Belém - Parte III



Depois da visita ao Padrão dos Descobrimentos a caminhada continuou com rumo à Torre de Belém. É uma caminhada longa, uma vez que esta antiga torre foi construída como fortaleza, à entrada da barra, no ponto de partida para as naus dos Descobrimentos, mas que se torna num autêntico prazer. É muito gostoso passear pelos passeios de acesso às várias marinas cheias de belas embarcações, sempre acompanhados por zonas ajardinadas a perder de vista,  de onde podemos sempre ir admirando o rio.

Naquele dia a visita à Torre de Belém culminou com chave d’Ouro o passeio pela zona monumental dos Descobrimentos. Quando lá chegámos embora já a meio da tarde, o número de visitantes ainda era bastante, e depois de estarmos numa bicha algum tempo, lá conseguimos por fim entrar.

A Torre de Belém foi construída em homenagem ao Santo patrono de Lisboa, S. Vicente, no local onde se encontrava ancorada outrora a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de S. Sebastião. Foi assim construída estrategicamente na margem norte do rio Tejo, entre 1514 e 1520, para defesa da barra de Lisboa.

Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje à terra firme, a Torre de Belém é um dos maiores ex-libris de Portugal, sendo ainda considerada uma das joias da arquitetura do reinado de D. Manuel I.


No seu conjunto arquitetónico podemos separar dois corpos distintos, no modelo da arquitetura militar: a torre de menagem medieval e o baluarte, com dois níveis para disparo de artilharia, que permitia um tiro de maior alcance, rasante e em ricochete sobre a água, para atingir com facilidade os cascos dos possíveis navios agressores.

Concebida no séc. XVI por Francisco Arruda, a Torre de Belém é constituída por uma torre quadrangular com baluarte poligonal orientada para o eixo do rio Tejo. A decoração exterior abunda com fachadas que evidenciam influências árabes e venezianas nos balcões e varandins, contrastando com o interior, bastante mais austero na sua decoração. Os elementos orgânicos do estilo manuelino estão aqui amplamente representados, ostentando a Torre de Belém a primeira representação escultórica de um animal africano, neste caso um rinoceronte.


O interior gótico, por baixo do terraço, que serviu como armaria e prisão, é muito austero. Nos ângulos do terraço da torre e do baluarte, sobressaem guaritas cilíndricas coroadas por cúpulas de gomos, ricamente decoradas em cantaria de pedra. A torre quadrangular, de tradição medieval, eleva-se em cinco pavimentos acima do baluarte.

Ali dentro da Torre de Belém olhando a barra do estuário do rio Tejo, veio-me à memória a experiência inolvidável, vivida há muitos anos atrás, quando cheguei a Portugal pela primeira vez, entrando por barco em Lisboa, a bordo do paquete Príncipe Perfeito, com apenas 11 anos de idade.
 
 
Encostada a uma comprida varanda do convés do Príncipe Prefeito e absolutamente estasiada com a beleza do enquadramento paisagístico da barra de Lisboa, recordo com saudade quando olhei pela primeira vez, todos estes belos monumentos, intimamente reconhecidos porquanto tantas vezes lidas as suas descrições e observadas as suas imagens, gravadas no meu livro de História da 4ª classe, acabada de fazer em Angola. Pequenina ali debruçada, e muito entusiasmada, exclamava alto os seus nomes, à medida que a vista os descobria na paisagem, dando origem pouco a pouco, a um aglomerar de alguns adultos ao meu redor.

Acabada a visita à Torre de Belém, encetámos mais uma caminhada de volta à autocaravana, a fim de partirmos a caminho de casa, finalizando mais ótimo final de semana.

Fonte: http://www.torrebelem.pt/ http://www.visitlisboa.com/ http://www.guiadacidade.pt/

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