A Catedral de Notre-Dame







A Catedral de Notre-Dame situa-se na Île de la Cité, pequena ilha natural da cidade, no Centro de Paris, e rodeada pelas águas do Rio Sena. Situada frente para a praça Parvis, na zona onde a cidade no período medieval foi fundada. Esta igreja ainda é usada atualmente pela Igreja Católica Romana e é que se encontra o trono do Arcebisto de Paris.

O nosso passeio nocturno do dia 26, foi iniciado precisamente frente à Catedral de Notre-Dame, e a sensação colectiva foi de completo espanto, ao observarmos de perto a sua fachada principal que é não só a de maior impacto e monumentalidade, mas também a de maior popularidade, face a todo o esplendor técnico do gótico com que esta espantosa catedral nos presenteia. A estrutura de suporte de peso é visível do exterior a ladear todo o edifício, mas na zona da cabeceira a elegância destes elementos resulta numa fluidez visual que transmite a quem a olha, uma sensação absoluta de leveza e harmonia.

O local da catedral contava já, antes da construção do edifício, com um sólido historial relativo ao culto religioso. Os celtas teriam aqui celebrado as suas cerimónias onde, mais tarde, os romanos erigiriam, um templo de devoção ao deus Júpiter.

Também neste local existiu a primeira igreja cristã de Paris, a Basílica de Saint-Etienne, projectada por Childeberto por volta de 528 d.C.. Em substituição desta obra surge uma igreja românica que permanecerá até 1163, quando se dá o impulso na construção da catedral.

Em 1163 iniciaram-se os trabalhos de Construção por ordem do Bispo Maurice de Sullym, e só terminaram em 1345, em virtude de várias alterações ao projecto inicial com a construção de uma série de Capelas Laterais, envolvendo completamente a nave central e o coro. O resultado final foi um imponente edifício com 130m de comprimento e 69m de altura. A fachada principal apresenta os traços clássicos do Gótico Francês, com três portais ricamente decorados. Foi a primeira Catedral construída a esta escala e tornou-se como protótipo para outras Catedrais Francesas, como Amiens, Chartres ou Rheims.

Victor Hugo escreveu, em 1831, o romance “Notre-Dame de Paris”, O Corcunda de Notre-Dame, situando os acontecimentos na catedral durante a Idade Média. A história trata de Quasimodo, que vivia no campanário de Notre-Dame e se apaixona por uma cigana de nome Esmeralda. Esta ilustração poética do monumento abre portas a uma nova vontade de conhecimento da arquitectura do passado e, principalmente, da Catedral de Notre-Dame de Paris.

Durante a Revolução Francesa muitas das suas esculturas e gárgulas foram destruídas ou retiradas, mas durante o século XIX foi restaurada, sob as ordens do arquitecto parisiense Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc. Procedeu-se também à construção do pináculo que atinge os 90m de altura.

Esta catedral assistiu: em 1431 à coroação de Henrique VI de Inglaterra durante a Guerra dos cem anos; em 1804 à coroação a 2 de Dezembro de Napoleão Bonaparte a imperador de França e sua mulher Josefina de Beauharnais a imperatriz, na presença do Papa Pio VII; e em 1909 à beatificação de Joana d'Arc.

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