O Cairo é uma cidade milenar, com 14 milhões de habitantes, é uma das mais fascinantes cidades do mundo, com tantas civilizações e épocas históricas representadas. O Nilo atravessa a cidade e ali perto, as Pirâmides de Giza, talvez o maior esforço humano em termos de arquitectura.
Hotéis luxuosos são os oásis dos turistas e os melhores restaurantes, só para estes fazem os banquetes... mas não se julgue que os habitantes do Cairo, se entregam à indigência. Dez por cento da população activa engrossa as fileiras do exército e da polícia.
No movimentadíssimo Cairo, com seus muitos milhões de habitantes, a viagem é dolorosa até à crua actualidade: o buzinar incessante dos automóveis no trânsito caótico, as multidões ignorantes do passado glorioso, a miséria de casas em tijolo, acrescentadas andar a andar ao longo de décadas, esquecidas da matemática e da geometria dos seus antepassados, as religiões monoteístas e intolerantes de que o culto de Akhenaton terá sido precedente. A sociedade, pobre, vive do turismo (gravemente afectado pelos atentados de fanáticos fundamentalistas).
O puritanismo impera. Mesmo no Cairo mais moderno, as jovens elegantes usam lenço na cabeça e saia até aos pés. O casamento floresce e, então, multiplicam-se festas, com muita música, dança, risos e acepipes. E o soukh fervilha, no seu regatear do artesanato.
Outro aspecto da vida deste povo é a intensa religiosidade. Mortos os deuses dos faraós, o Alcorão dita regras. As mesquitas do Cairo (al-Qaîra, a vitoriosa), como a de Muhammed Ali (na al-Qalaa, a cidadela, fortaleza erigida no século XII por Salah-ad-din, Saladino, para suster as cruzadas), enchem-se diariamente de multidões praticantes, com uma crença colectiva em Alá, nutrida de um fervor já raro no Ocidente.
Resta pouco espaço para outros credos, mas há alguns: os escassos judeus têm a sua sinagoga e os velhos cristãos coptas, mantêm um culto perseverante nas igrejas de São Jorge e São Sérgio. Maioritariamente ortodoxos, recentemente enlutados pela morte num desastre de helicóptero do arcebispo-primaz de Alexandria, Petrus II, instalaram-se no Egipto no século III d.C.
Prova da sua inserção vivaz na vida contemporânea (diferenciam-se até no vestuário das mulheres) é que quatro ministros e muitos deputados são cristãos coptas, assim como o foi o egípcio secretário-geral da ONU, Bouthros Ghali.
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