Cidade de Burgos

A chegada a Burgos foi no final da tarde, e estava um frio de rachar. Fomos logo para o hotel, afim de nos acomodarmos, para que depois o jantar fosse mais descansado. Junto ao hotel fica um belo passeio marginal ao rio, com muitos plátanos todos ligados entre si por empas e podas centenárias, que embelezam o lugar.

Burgos foi fundada em 884, e o seu património histórico é riquíssimo. É uma cidade monumental, com um ambiente medieval. Cidade rica em arte gótica, destacando-se as igrejas de Santa Gadea (séc. XII), Santo Estêvão (séc. XIII), onde poderemos visitar o Museu de Retábulos, e S. Gil (séc. XIII-XIV), o Hospital del Rey, o Solar del Cid, os conventos das Carmelitas e Agostinhas, e, sobretudo, a catedral.


A Catedral gótica é dominante, "delicada como uma jóia", declarada da Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO. A sua construção foi iniciada em 1221, e inspirada no modelo francês de Reims, sendo construída ao longo de três séculos por numerosos artistas e arquitectos europeus, os seus principais tesouros são coro e a Escadaria Dourada (1532 - renascentista), a Capela do Condestável (1496), as intricadas agulhas rendilhadas sobre imponentes portais e a magnífica cúpula central (1539), sob a qual se encontra o túmulo do lendário herói da cidade, El Cid, herói medieval, grande guerreiro e homem de grande honradez e lealdade ao seu rei.

Por trás da catedral pode-se ver a Igreja de San Nicolás, com o seu esplêndido retábulo em alabastro policromado. Ao longo do rio, vemos a bela Casa del Cordón, onde os reis Católicos receberam Cristóvão Colombo após a sua segunda viagem à América.

Para além deste monumento notável, Burgos oferece muitos outros motivos de interesse, com destaque para o Arco de Santa Maria, no bairro antigo, decorado com estátuas e torreões; o Real Monasterio de las Huelgas, convento cisterciense fundado em 1187 e que inclui o Museu das Ricas Telas, com trajes antigos; o Museu de Burgos, com uma interessante secção de achados arqueológicos; e a Cartuja de Miraflores, mosteiro cartusiano fundado no século XV, a leste da cidade, com dois magníficos túmulos e um belíssimo retábulo dourado.

Burgos foi também sede do governo de Franco durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Em geral, a cidade é calma e limpa, e quem a visita deve percorrer parte da cidade a pé e experimentar a sua excelente cozinha.

Para desfrutar do encanto da cidade, não se deve perder a Ruta de la Luz, uma visita turística nocturna que se faz num pequeno comboio, que nos leva a percorrer os lugares mais notáveis e emblemáticos da cidade.
No que toca à sua gastronomia, deve experimentar-se, especialmente o seu cordeiro assado, e a sua famosa morcilla de arroz, morcela muito idêntica à nossa morcela de Leiria, que se poderá comer noutras partes de Espanha, mas que nunca terá o mesmo sabor da de Burgos. E tudo isso sempre regado por um bom vinho da Ribeira del Duero.
Por isso não podemos deixar de citar Aranda del Duero, capital da ribeira burgalesa deste rio, terra de alguns dos mais famosos vinhos de Espanha, e vila histórica que oferece um agradável e típico ambiente castelhano que partilha a vida rural com a de uma cidade de tamanho médio. Merecem uma visita Las Merindades, no norte, ou a Sierra de la Demanda, a leste da cidade.
Outro local muito visitado por turistas na província de Burgos é o Mosteiro de Santo Domingo de Silos, fundado em 1040 e com belos claustros românicos de capitéis profusamente esculpidos; este mosteiro também se tornou célebre pelo canto gregoriano interpretado pelos monges beneditinos.

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