Chegámos à baia de Capri às 07h00 da manhã de quinta-feira, ficando o Monterey ao largo, na baia e o desembarque realizou-se por meio de lanchas.
Capri é uma ilha italiana que fica na baía de Nápoles (região da Campania), no mar Tirreno, a pouca distância do continente. A ilha possui uma área de cerca de 10,36 km², a maior elevação da ilha é o monte Solaro (589 m). A ilha possui duas cidades: Capri e Anacapri.
Capri também conhecida por alguns como a ilha das cigarras, é uma ilha de uma beleza serena, dócil e susceptível de despertar sentimentos contraditórios, que embora pareça de início, convidar a uma admiração meramente contemplativa, não estamos de modo nenhum perante uma beleza inútil ou estéril. Capri é, afinal, uma espécie de droga doce (como os seus belissimos prefumes), que mistura todas as essências do Mediterrâneo, e que continua a ser destino de milhares e milhares de viajantes, cada um deles atraído pelos mais diversos motivos, mas todos, provavelmente, em busca subconsciente de uma certa ideia de beleza idílica.
Octaviano, imperador de Roma, que tomou o nome de Augusto deu com a ilha por acaso, quando regressava de uma campanha, em 29 a. C., e logo a anexou ao Império Romano, e desde logo a ilha se transformou num dos refugios imperiais preferidos. Mas foi Tibério, sucessor de Augusto, a cuja desumanidade as crónicas de Tácito e de Suetónio não deram tréguas, é quem outrora, mais se deixou tocar pelos encantos de Capri, nela mandando construir doze magníficas villas e inaugurando uma longa tradição da construção de casas de luxo na antiga colónia grega. O déspota acabaria por quase fazer de Capri a capital do império, ali instalando o centro de governação do Império Romano. Os seus últimos anos de vida, aliás, foram passados na ilha (de 27 d. C. a 37 d. C.): terá Tibério procurado em Capri bálsamo para o remorso pelas intermináveis crueldades que marcaram o seu consulado?
Pelo que se sabe, e teremos que nos contentar com a mediação dos cronistas - é que o cruel Imperador se enamorou um dia da ilha. A luz transparente e embriagada de tanto azul, a vegetação exuberante que mistura inesperadamente espécies mediterrânicas e tropicais, as suaves brisas marítimas que sopram como toadas de sereias, o murmúrio das vagas que se desfazem languidamente ao encontro das falésias, os cumes elevados onde se alcantilam varandas naturais sobre o Mar Tirreno e os golfos de Sorrento e de Nápoles, com a costa amalfitana a sorrir ao fundo, eis talvez o cenário que "adoçou"(?) o coração tirano do Imperador.
Bastou pôr um pé em terra, quando se saiu da lancha que nos transportou desde o Monterey até ao Porto da Marina Grande e de nos sentarmos numa esplanada para tomar um simples café para cair na realidade: estavámos na caríssima Capri, território destinado a deuses e permitido a vulgares mortais apenas em rápidas passagens de umas horas. Compreendemos aí, que tinhamos de aproveitar ao máximo porque, apesar da inacessibilidade, há muito para ver.
Em seguida, apanha-se o funicular que nos abre o passo para Capri e desembarcamos no centro da cidade de Capri. Aqui chegados, as hipóteses são diversas para passear pela ilha. Há táxis, autocarros, vespas, bicicletas, mas o melhor é mesmo andar a pé.
No porto de Marina Grande e em Anacapri é possível encontrar restaurantes com preços acessíveis que servem a gastronomia da ilha, que inclui muitas especialidades marítimas, nomeadamente peixe grelhado; os locais orgulham-se igualmente da sua mozzarella, do raviolli alla caprese, onde brilham os queijos locais, e do agnolotti, pasta com espinafres e ricotta. O vinho branco de Capri (Ischia blanco), é um vinho seco e leve, especialmente vocacionado para acompanhar peixe ou saladas, e o perfumado "Ischia tinto", é mais indicado para acompanhar carnes.
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