"O myto é o nada que é tudo"



Ulysses

 
O mytho é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mytho brilhante e mudo -
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.

 
Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos creou.
 

Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecunda-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre. 

Fernando Pessoa


"O myto é o nada que é tudo", a frase primeira deste poema de Fernando Pessoa dedicado a Ulisses, o mítico fundador de Olisippo (Lisboa), exprime a ideia dos mitos como potenciais motores sociológicos. Mesmo se falso um mito tem o potencial de provocar comportamentos sociais e, portanto, promover e facilitar a evolução, segundo determinados vetores.

"Mito, filosofia e história exprimem o espírito humano e são constituintes da cultura. A deformação do mito implica mistificação. A sobrevivência do mito na modernidade demonstra a força perene do simbólico como forma de conhecimento que sobrevive às crises por sua universalidade concreta e sua capacidade de atribuir sentido pleno à vida."

Neste episódio do Café Filosófico, Antonio Medina Rodrigues, José de Paula Ramos Júnior e Demétrio Magnoli, Professores da USP, Brasil, mostram a importância do pensamento mítico, na formação de uma nação e da nossa identidade cultural.



Fonte: http://www.historia.com.pt/ http://www.youtube.com/
 

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