Deixámos Pornic a caminho de Saint-Nazaire onde iríamos passar para o outro lado do estuário do rio Loire. A cidade situada a sul de "la Brière”, o segundo maior pântano na França, tem um grande porto, na margem direita do estuário. Dada a sua localização, Saint-Nazaire tem uma longa tradição de pesca e construção naval.
Os arqueólogos acreditam
que Saint-Nazaire é construído sobre
os restos de “Corbilo”, uma antiga
cidade gaulesa povoada pela tribo Namnetes, que de acordo com o navegador grego
Pytheas, foi a segunda maior cidade
gaulesa, depois de “Massilia”, a atual
Marselha.
Em Saint-Nazaire e antes de
passarmos a sua comprida e elegante ponte, apanhámos a hora de ponta e com ela
tivemos que aguentar algum tempo numa
imensa fila de automóveis que atravessava a passo de caracol o largo estuário.
St. Nazaire é uma cidade de trabalho de estivadores e metalúrgicos, sendo por isso uma
cidade que abriga muitos imigrantes de várias etnias. Foi precisamente sobre a
ponte em andamento lento, que um carro branco no mesmo sentido que nós, mas um
pouco mais atrás, se fartava de apitar…, afinal era uma matrícula portuguesa (a
segunda que vimos) que seguia só com o condutor, que envergava uma T’shirt com
a bandeira portuguesa vestida, literalmente um bom compatriota!...
Não fosse a complicação em plena ponte, aquele homem teria tido o costumeiro
comprimento merecido e o abraço que nunca se dá a desconhecidos na sua própria
terra… Um emigrante é sempre uma pessoa dividida, entre a terra onde ganha a
vida e a terra de saudade onde nasceu e onde tem os seus familiares. Será a
saudade que o faz sentir ali tão português? Não deveriam ser os do seu país que
lhes deveriam fazer a festa? Afinal não são as remessas dos emigrantes que têm
um “peso económico” muito maior do que aquilo
que se pensa? Mas como não
somos de todo políticos, lá seguimos depois de simpaticamente acenarmos para
agradecer a festa.
Não parámos em Saint-Nazaire e
seguimos para oeste pela beira-mar até Le
Croisic, onde iríamos pernoitar.
Para se
ter uma ideia de como é Le Croisic,
pode dizer-se que tudo parece começar no seu porto, que aliás levou a cidade a grande
proeminência no séc. XVI. É a partir dali que o sal
das zonas de sapal próximas, foi sendo exportado e para ali que os comerciantes
do Norte da Europa traziam madeira, ferro e carvão.
Graças a
esse comércio e à pesca, que Le Croisic
gozou de autonomia administrativa e financeira relativa durante muitos anos.
Foi com esses ganhos que a cidade pode construir a sua bela igreja e os dois molhes
no extremo do porto. No entanto, o
seu período afortunado declinou no séc. XVIII, mas voltou a subir novamente no
séc. XIX com o advento do turismo, da pesca da sardinha que fez abrir fábricas
de conservas.
Hoje
embora Le Croisic seja mais conhecida
pela sua indústria de pesca e do marisco, tem um porto muito típico e atraente,
sendo por isso uma zona turística por excelência e um dos resorts turísticos de primeira da Bretanha. A cidade é uma base que facilita a exploração de La Baule na Península de Guérande que oferece praias selvagens e acidentados
passeios costeiros.
A noite
do 11º dia foi passada na AS de Le
Croisic, situada em frente à “Marie”, um lugar
de pernoita absolutamente tranquilo.
Fonte: http://en.wikipedia.org http://www.brittanytourism.com www.espacoerrante.blogspot.com/
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