Saint-Nazaire e Le Croisic - 11º Dia - Parte II


Deixámos Pornic a caminho de Saint-Nazaire onde iríamos passar para o outro lado do estuário do rio Loire. A cidade situada a sul de "la Brière”, o segundo maior pântano na França, tem um grande porto, na margem direita do estuário. Dada a sua localização, Saint-Nazaire tem uma longa tradição de pesca e construção naval.
Os arqueólogos acreditam que Saint-Nazaire é construído sobre os restos de “Corbilo”, uma antiga cidade gaulesa povoada pela tribo Namnetes, que de acordo com o navegador grego Pytheas, foi a segunda maior cidade gaulesa, depois de “Massilia”, a atual Marselha.
Em Saint-Nazaire e antes de passarmos a sua comprida e elegante ponte, apanhámos a hora de ponta e com ela tivemos que aguentar algum tempo numa imensa fila de automóveis que atravessava a passo de caracol o largo estuário.
St. Nazaire é uma cidade de trabalho de estivadores e metalúrgicos, sendo por isso uma cidade que abriga muitos imigrantes de várias etnias. Foi precisamente sobre a ponte em andamento lento, que um carro branco no mesmo sentido que nós, mas um pouco mais atrás, se fartava de apitar…, afinal era uma matrícula portuguesa (a segunda que vimos) que seguia só com o condutor, que envergava uma T’shirt com a bandeira portuguesa vestida, literalmente um bom compatriota!...
Não fosse a complicação em plena ponte, aquele homem teria tido o costumeiro comprimento merecido e o abraço que nunca se dá a desconhecidos na sua própria terra… Um emigrante é sempre uma pessoa dividida, entre a terra onde ganha a vida e a terra de saudade onde nasceu e onde tem os seus familiares. Será a saudade que o faz sentir ali tão português? Não deveriam ser os do seu país que lhes deveriam fazer a festa? Afinal não são as remessas dos emigrantes que têm um “peso económico” muito maior do que aquilo que se pensa? Mas como não somos de todo políticos, lá seguimos depois de simpaticamente acenarmos para agradecer a festa.  
Não parámos em Saint-Nazaire e seguimos para oeste pela beira-mar até Le Croisic, onde iríamos pernoitar.
Para se ter uma ideia de como é Le Croisic, pode dizer-se que tudo parece começar no seu porto, que aliás levou a cidade a grande proeminência no séc. XVI. É a partir dali que o sal das zonas de sapal próximas, foi sendo exportado e para ali que os comerciantes do Norte da Europa traziam madeira, ferro e carvão.
Graças a esse comércio e à pesca, que Le Croisic gozou de autonomia administrativa e financeira relativa durante muitos anos. Foi com esses ganhos que a cidade pode construir a sua bela igreja e os dois molhes no extremo do porto. No entanto, o seu período afortunado declinou no séc. XVIII, mas voltou a subir novamente no séc. XIX com o advento do turismo, da pesca da sardinha que fez abrir fábricas de conservas.
Hoje embora Le Croisic seja mais conhecida pela sua indústria de pesca e do marisco, tem um porto muito típico e atraente, sendo por isso uma zona turística por excelência e um dos resorts turísticos de primeira da Bretanha. A cidade é uma base que facilita a exploração de La Baule na Península de Guérande que oferece praias selvagens e acidentados passeios costeiros.
A noite do 11º dia foi passada na AS de Le Croisic, situada em frente à “Marie”, um lugar de pernoita absolutamente tranquilo.

Fonte: http://en.wikipedia.org http://www.brittanytourism.com www.espacoerrante.blogspot.com/

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