Os Limites do Oceano Cósmico


Partindo dos limites do grande oceano espacial, Carl Sagan embarca numa imensa viagem cósmica que começa a 8 bilhões de anos-luz da Terra. A bordo de uma nave espacial imaginária, ele transporta-nos às maravilhas do Cosmos: quasares, galáxias em espiral, nebulosas, supernovas e pulsares.
Viajamos então para lá de Plutão, dos anéis de Úrano, do majestoso sistema de Saturno, e da luminosidade do lado noturno de Júpiter. Penetrando nas nuvens da Terra, encontramo-nos no Egipto, onde Eratóstenes pela primeira vez mediu a Terra. Carl Sagan mostra-nos como isso foi feito.
Como numa viagem no tempo, traz-nos a mítica Biblioteca de Alexandria, berço da aprendizagem na Antiguidade, aqui ressuscitada em toda a sua glória. Foi nela que começou a aventura intelectual que nos levou até ao Espaço. Ela era uma cidadela da consciência humana e serve-nos para ilustrar a fragilidade do conhecimento humano.
 
Fala-nos também de Hipátia de Alexandria, a última e mais bela luz que brilhou na Biblioteca de Alexandria. Além de Matemática, também ensinou Filosofia e Astronomia no antigo Egipto romano. Foi a primeira mulher professora e estudiosa que veio a ser Diretora da Academia de Alexandria. Hipácia foi assassinada por uma multidão de fanáticos cristãos, depois dos seguidores de Cirilo montarem uma insidiosa intriga, acusando-a de ser a responsável de provocar um conflito entre duas figuras proeminentes de Alexandria, o governador Orestes e o bispo de Alexandria. Segundo alguns historiadores o assassinato de Hipácia marcou o fim da Antiguidade Clássica. *

Carl Sagan faz-nos ainda compreender a enormidade do tempo que passou desde o Big-Bang até aos nossos dias, apresentando-nos aqui o "Calendário Cósmico", fazendo-nos entender que para bem de todos e desde a antiga Alexandria, duas importantes frentes deveriam ser sempre preservadas: o reconhecimento do direito de pesquisa livre e responsável e, no mesmo patamar de valoração, o respeito da pessoa humana e seus direitos, ambos voltados para a instituição de uma sociedade justa.

O ponto axial dessa relação dialética tem sido e terá que ser sempre, o conceito fundamental da "responsabilidade da ciência”.

Nós somos simplesmente o legado de 15 bilhões de anos de evolução cósmica. Este é o 1º Episódio da série Cosmos.


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