"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para
uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de
pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante,
eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como
ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma
delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu
terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres
conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá).
Terás vontade de rir comigo. E abrirás, às vezes, a janela à toa, por gosto... e
teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas,
elas sempre me fazem rir!"
Antoine
de Saint-Exupéry,
in “O Principezinho”
Numa altura
em que se sente um conjunto de fenómenos sociais, onde imperam o descaramento, o
julgar os outros por si próprios, o não respeitar a personalidade alheia ou a
diferença, o fechar de olhos ao não, porque o que interessa é o que “quero nem que
seja à martelada”… E onde não resulta, nem uma persistente ética de
sobrevivência como antídoto para a situação, é oportuno fazer aqui um apelo à
leitura de um livro que deviria estar presente em qualquer época, para a
concretização de uma boa formação pessoal e social.
Esse livro é “O Principezinho”. É um livro que todos nós devíamos ler
e mesmo para aqueles que já o leram em alguma das fases da sua vida, é sempre
um livro a reler.
Ele mostra-nos o caminho
para uma profunda mudança de valores, e mostra-nos como nos equivocamos na
avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos
levam à solidão. Nós entregamo-nos às nossas preocupações diárias, tornamo-nos
adultos de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos.
O
Principezinho de Saint-Exupéry,
é aparentemente um livro infantil mas que na verdade é, um livro dedicado à
criança que todo o adulto foi um dia.
É uma espetacular e
simples metáfora sobre a natureza humana em si. Incrivelmente cheia de sutilezas
e subjetividade, a história faz o leitor pensar e descobrir-se consciente ou
inconscientemente, sendo uma verdadeira lição de vida.
Na metáfora global da
história, o Principezinho simboliza
a esperança, o amor e a força inocente da infância que habita no nosso
inconsciente; a rosa simboliza a taça da vida, a alma, o coração, o amor, enfim
representa no fundo a perfeição; o deserto é nossa própria mente. O tempo que o
Narrador passa com o Pequeno Príncipe
é uma jornada para o autoconhecimento, e a água que o Narrador, angustiado,
teme acabar, é a sua satisfação espiritual. A Raposa aparece inexplicavelmente,
quase como uma epifania e simboliza a sabedoria. O seu diálogo com o Principezinho é um dos momentos
imperdíveis do livro, explicando a importância do “cativar=criar laços” e
falando-nos nas sutilezas que os olhos não veem. (Ler o diálogo entre o
Principezinho e a Raposa em: http://www.cirac.org/Principe/Ch21-pt.htm)
Mas neste livro existem
ainda muitas outras sutilezas e mensagens sobre a dualidade adulto x criança nos
vários diálogos, que não se devem perder…
Para aqueles que quiserem
assistir aqui à sua leitura, deverão prestar muita atenção, e então quando
terminar a audição deste pequeníssimo e simples livro, julgo, não serão mais os
mesmos.
Boa audição.
“Tu
tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Antoine
de Saint-Exupéry,
in “O Principezinho”
Fontes: https://www.youtube.com/watch?v=HtUwu9tv9_o&list=PLF6195BED69261C72;
http://animusmundus.wordpress.com/category/o-pequenoprincipe/;
http://alquimistadaalma.blogs.sapo.pt/5379.HTML
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