Finda a dramatização sobre a Lenda das Unhas do Diabo, caminhámos novamente para a zona ribeirinha, onde os vários estabelecimentos comerciais ainda oferecem à moda antiga, os produtos em bancas à entrada.
Ali parámos para almoçar numa esplanada de um dos cafés do Passeio 25 de abril e dali seguimos até à paragem do comboio turístico, com o fim de fazermos uma visita guiada ao Bairro de Além da Ponte, que mais parece um conto de histórias antigas, com muitos solares e casas apalaçadas, cheias de brasões, onde se podem ver ainda, as hortas e a veigas de vinho verde e de onde os habitantes de Ponte de Lima tiravam muito do seu provento.
De comboio, passamos a Ponte Romana que deu o nome à vila e lhe traçou o destino, e por onde também passaram outrora os centuriões de Roma que mantinham a paz de Augusto. Por ela passava a vila militar que ia de Braga a Tui. Mas foi também por causa desta ponte, que nas lutas pela independência do Condado Portucalense, D. Teresa, fez povoar a margem esquerda do rio Lima, num lugar que tomou o nome de Lugar da Ponte, e assim nasceu Ponte de Lima.
Depressa se chega à bonita Igreja de Santo António da Torre Velha (designação que é devida a uma antiga torre do reduto medieval, que coexistiu com a igreja até meados do séc. XIX), da qual se destaca a alta torre, com gárgulas em cada um dos seus cantos.
Ao fundo, no parque ajardinado por trás da Igreja, observa-se a Capela do Anjo da Guarda, também chamada Capela de São Miguel do Abrigo, na margem oeste. É uma pequena construção de raízes românicas e góticas, que chama a nossa atenção pela forma singela com que se insere na paisagem.
Logo à frente se chega à porta do Museu do Brinquedo de Ponte de Lima. No pátio exterior, depois de passado o portão em ferro forjado, espera o visitante uma pequena feira de trocas de usados brinquedos antigos. No interior, espera-nos uma exposição repleta de magia que nos transporta ao mundo dos brinquedos antigos, com jogos, bonecas, soldadinhos de chumbo, que fazem referência à história de várias épocas, cidades em miniatura, que mostram a arquitetura tradicional portuguesa, mostrando-nos também a ligação do brinquedo às suas múltiplas facetas sociológicas: de que foram feitos e como foram utilizados para divulgar cultura e moda, e como as meninas foram educadas a partir da mais antiga figuração humana.
Novamente no comboio que agora se encaminha para o lado esquerdo, tomamos contacto com a pacata vida feita por algumas famílias brasonadas de Ponte de Lima, feita nas casas rurais e senhorias que construíram na margem direita do Lima.
É também ali que mais à frente encontramos o Museu Rural, onde está registada a importância da agricultura para aquela região.
Bem próximo deste, encontra-se a área designada por Jardins Temáticos do Arnado, destinada à realização do Festival Internacional de Jardins de Ponte de Lima, que ocorre de maio a outubro, e que já vai na 9ª edição. No próximo ano irá ser realizada a 10ª edição do Festival, sob a temática "Jardins em Festa".
Segundo a guia da visita, na área dos Jardins Temáticos do Arnado, foram reutilizadas as estruturas pré-existentes de uma antiga exploração agrícola, para serem criados jardins característicos de diversas épocas, bem como plantações com sentido pedagógico, sendo constituído um verdadeiro horto botânico, que inclui uma grande estufa, uma vinha, um espigueiro e claro espaços destinados à realização dos Jardins Temáticos do festival.
Passa-se novamente a ponte e aproveitamos para olhar a beleza do rio Lima e das suas margens. Na margem esquerda de volta ao centro histórico de vila e depois de sairmos do comboio, junto do Mercado Municipal, caminhamos pelo Passeio 25 de abril de volta ao centro histórico.
No caminho encontramos mais uma encenação, desta feita é uma reposição histórica, relativa à Lenda do Lethes, que nos faz recuar à época da expansão e conquista romana.
Esta reposição histórica tenta explicar-nos como as legiões de Roma chegam à península, ambiciosas das riquezas que por cá abundavam.
Durante esses anos de lutas ferozes contra o invasor, as várias tribos que habitavam a Península uniram esforços e antigos e tenazes inimigos, lutaram em conjunto com o mesmo objetivo: Derrotar as legiões de Roma comandadas por Décius Junus Brutus.
Depois de fazerem a travessia do vale, os soldados romanos chegaram à margem esquerda do rio Limaia, a quem chamaram de flumen oblivionem.
Diante da beleza deste lugar, os soldados, convencidos de que estavam diante do mítico rio Lethes, que limpava todas as lembranças de quem se atrevesse a cruzá-lo, e com receio que a loucura se apodera-se deles e não pudessem jamais recordar-se da família, dos amigos ou da pátria, recusaram-se a atravessar o rio, até que Décius Junus Brutus pôs termo à situação, fazendo cair o mito.
Fontes:http://wikitravel.org/pt/Ponte_de_Lima
http://estrelaseouricos.crescer.sapo.pt/programas/um-dia/um-mundo-de-brincar-em-ponte-d-6923-0.html ;
http://ruarte-martes.pontedelima.com/lendas-de-ponte-de-lima/ ;
http://www.casas-de-ferias.com.pt/propriedades/pdfs/pontedelima51648445011.pdf ;
http://www.cm-pontedelima.pt/noticia.php?id=1539 ;
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