Ponte de Lima - Na margem do Lima - 2º Dia - Parte II



Da margem esquerda do rio Lima caminha-se através do Campo da Feira para o Passeio 25 de abril, até junto da velha muralha, onde um comprido banco de madeira pintado de vermelho chama a nossa atenção. Encostado ao velho pano de muralha, o comprido banco, está situado numa espécie de varanda de granito virada ao rio, que convida ao descanso e à contemplação das margens do Lima ou à observação do passar das gentes pelo largo e bonito Passeio 25 de abril.

Mas na varanda junto do comprido banco, ainda encontramos um canteiro com amores-perfeitos e um simples e singelo monumento em forma de medalhão, com um busto do poeta Teófilo Carneiro, um ilustre filho da terra, acompanhado de uma lápide, com uma bonita e tocante quadra dedicada à beleza do rio Lima, de sua autoria.

Pintores de Portugal. Ajoelhai!

Isto é um milagre, não é cor nem tinta!

Mas não pinteis, pintores! Orai, rezai!

Uma beleza destas não se pinta!

Naquela tarde queríamos assistir às dramatizações, que iriam ocorrer em várias horas do dia e um pouco por todo o centro histórico, com encenações relativas às lendas e mitos de Ponte de Lima.

É uma destas dramatizações que de mediato começa ali perto, no Largo da Igreja Matriz para onde acorremos. A dramatização em causa era relativa à Lenda das Unhas do Diabo realizada pelo grupo Gorilas.

A Lenda das "UNHAS DO DIABO” é uma antiga lenda, que conta a história de um escrivão desonesto, usurário, falsificador de documentos, que durante a sua vida arruinou clientes, seduziu inocências e difamou quem vivia livre de qualquer suspeita, e que ao ver a morte chegar arrepende-se chamando um sacerdote.

No dia do enterro, durante a noite, depois do sino tocar as doze badaladas da meia-noite, chega uma figura sinistra ao convento onde fora sepultado… Afirmando ser um parente afastado do escrivão solícita que o levem até à campa para lhe prestar uma última prece. Perante a incredulidade dos monges, arranca com uma força sobrenatural a pedra que ocultava o caixão. Com um murro violento nas costas do defunto, obriga-o a vomitar, sobre um cálice, saindo intacta a hóstia consagrada que o hipócrita havia engolido antes de falecer. Depois, arrebatou o corpo inerte do escrivão e acompanhado por muitas outras almas demónicas, fugiu por uma das janelas da igreja, sumindo-se na noite e deixando gravado na pedra as unhas do Diabo.

Fontes: http://ruarte-martes.pontedelima.com/lendas-de-ponte-de-lima/ ; http://arquivo.cm-pontedelima.pt/figura.php?id=12

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