A
organização da família e a experiência da infância passam por transformações
profundas nos dias atuais. Estruturas familiares inéditas emergem numa sociedade
que hiperestimula a infância, celebra a autonomia e não admite a velhice. São
tempos de mães libertas, pais fraternos e inseguros e filhos críticos.
O que é e
para onde vai, a família nuclear contemporânea, centro de um mundo tão
descentrado como o nosso?
A crise
atual teve o mérito de escancarar, aos olhos de todos, os problemas e
impasses de um modelo de sociedade baseado no consumo desenfreado, na
obsessão pelo lucro e na expectativa (quando não no imperativo) da satisfação
sem limites.
Este modelo,
que se tornou tão hegemónico nas últimas décadas a ponto de se tornar quase
impossível imaginar uma alternativa, não se resume a um modo de funcionamento
da economia, ou aos modos de produção e circulação de bens materiais. Ele
implica um imaginário social, estilos de relacionamento pessoal, modos de
construção de identidades, modalidades de agrupamento social, pautas de
sentimentos e formas de sofrimento. Por outras palavras, a crise económica atual
aponta para os impasses e o possível esgotamento de um modo de vida, que abarca
tanto os aspetos objetivos e materiais, quanto a dinâmica das relações sociais e
o campo da experiência psicológica dos indivíduos.
Esta é uma Palestra
de Diana Corso no programa Café
Filosófico CPFL, que faz parte do módulo: Efeitos
Psicológicos da Crise.
Diana Lichtenstein Corso é
Psicanalista e Membro da APPOA (Associação Psicanalítica de Porto Alegre).
Formada em psicologia pela UFRGS, é colunista do jornal Zero Hora e publicou o
livro “Fadas no Divã: psicanálise nas histórias infantis”, em 2005, e “Psicanálise
na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia”, em 2010, ambos pela Ed. Artmed,
escritos em parceria com seu marido Mário Corso.
Fonte:
http://www.youtube.com/watch?v=Q56iKnXRjSw;
http://www.discussoesereflexoes.com.br/2010/11/familia-coracao-de-um-mundo-sem-refugio-diana-corso/
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