Deixámos o Soajo e seguimos pela estrada da serra do mesmo nome a caminho da Barragem do Alto Lindoso.
A belíssima Serra do
Soajo é ali que mostra toda a sua beleza. As montanhas e os vales profundos
rodeiam-nos até onde a vista alcança.
Não é por acaso que esta
região atrai tantos de nós, e não é só pela sua rara e
impressionante beleza paisagística, mas também pelo seu valor ecológico e
etnográfico e pela variedade de fauna (corços, garranos, lobos, aves de rapina)
e flora (pinheiros, teixos, castanheiros, carvalhos e várias plantas
medicinais), que envolvem de intenso verde toda aquela região.
Aquele
troço de estrada levar-nos-ia naquele dia por um périplo por muitas e simples
aldeolas serranas de singular beleza, até à até a fronteira espanhola.
Parece ser ponto assente que a primeira fixação de
populações nestes espaços fica cronologicamente situada na Idade Média, talvez
acompanhando alguns povoamentos das zonas baixas de vale, periodicamente
ocupando área contíguas aos primeiros castelos, de cotas superiores, sobretudo
no Verão.
Como já referi nas descrições feitas sobre outras estadias
por terras do Gerês, uma das características desta área geográfica, é o sistema
de habitat de "brandas" e "inverneiras", que constitui o
marco referencial de maior singularidade e interesse etnológico e patrimonial
da região.
A “branda”
é um espaço de uso mais sazonal, com uma ocupação secundária, conectada
sobretudo com os usos agrícolas e pastoris de Verão, por oposição à “inverneira”, tradicionalmente de cariz
mais permanente. Ocupam geralmente cotas de terreno acima dos 600 metros,
substancialmente mais altas que as inverneiras a que estão associadas.
No concelho o número de brandas é significativo, mas
nas áreas espaciais de Soajo e Sistelo as brandas recebem somente o gado e
pastores, integrando por tal estruturas de abrigo bastantes desenvolvidas.
No caminho desde o Soajo à barragem e aldeia do Lindoso,
as povoações mais significativas são Cunhas
e Campo Grande, que se espraiam em
pequenos oiteiros rodeados de terras de cultivo em socalcos, sobranceiras ao rio Lima, com vistas magnificas sobre
as serranias e várzeas em redor.
Antes de se chegar à Barragem do Alto Lindoso, destaca-se à esquerda e ao longe a bela
aldeia de Paradela, em terrenos mais
altos, em relação ao vale profundo e escarpado onde corre o rio Lima.
Depois de uma curva na estrada
avista-se a barragem e mais a cima, na
margem esquerda do rio Lima,
enquadrada pela Serra Amarela e pela
Serra do Cabril, a altaneira aldeia
de Lindoso.
A estrada leva-nos rapidamente até à barragem. Parou-se
o jipe e fomos a pé observar a grande Barragem
do Alto Lindoso.
O aproveitamento do Alto Lindoso, é atualmente o mais potente centro produtor hidroelétrico
instalado em Portugal, e como já foi referido localiza-se no alto Lima, a escassas centenas de metros da
fronteira com Espanha.
É
uma enorme barragem de betão, do tipo abóboda de dupla curvatura, com 110 m de altura máxima e
desenvolvimento no coroamento de 297 m,
equipada com duas descargas de fundo.
A característica mais saliente do aproveitamento do Alto Lindoso é a potência dos seus dois
grupos de geradores - 317 MW
no veio da turbina de cada grupo - facto que os torna as mais potentes unidades
de produção de energia elétrica instaladas em Portugal. Em média a produção é
de 970 milhões de KWh, equivalentes ao consumo anual de 440 000
portugueses.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_da_Peneda-Ger%C3%AAs http://www.aldeiasdeportugal.pt/PT/aldeias.php?aldeiaid=10002 ; http://alfarrabio.di.uminho.pt/lindoso/barragem.htm;
Ver sobre esta região em: http://www.lindoso-convida.net/Deutsch-htm/pontos_interesse6_dt.html
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