Serra do Soajo - Barragem do Alto Lindoso - 3º Dia - Parte IV



Deixámos o Soajo e seguimos pela estrada da serra do mesmo nome a caminho da Barragem do Alto Lindoso.
A belíssima Serra do Soajo é ali que mostra toda a sua beleza. As montanhas e os vales profundos rodeiam-nos até onde a vista alcança.
Não é por acaso que esta região atrai tantos de nós, e não é só pela sua rara e impressionante beleza paisagística, mas também pelo seu valor ecológico e etnográfico e pela variedade de fauna (corços, garranos, lobos, aves de rapina) e flora (pinheiros, teixos, castanheiros, carvalhos e várias plantas medicinais), que envolvem de intenso verde toda aquela região.
Aquele troço de estrada levar-nos-ia naquele dia por um périplo por muitas e simples aldeolas serranas de singular beleza, até à até a fronteira espanhola.
Parece ser ponto assente que a primeira fixação de populações nestes espaços fica cronologicamente situada na Idade Média, talvez acompanhando alguns povoamentos das zonas baixas de vale, periodicamente ocupando área contíguas aos primeiros castelos, de cotas superiores, sobretudo no Verão.
Como já referi nas descrições feitas sobre outras estadias por terras do Gerês, uma das características desta área geográfica, é o sistema de habitat de "brandas" e "inverneiras", que constitui o marco referencial de maior singularidade e interesse etnológico e patrimonial da região.
A “branda” é um espaço de uso mais sazonal, com uma ocupação secundária, conectada sobretudo com os usos agrícolas e pastoris de Verão, por oposição à “inverneira”, tradicionalmente de cariz mais permanente. Ocupam geralmente cotas de terreno acima dos 600 metros, substancialmente mais altas que as inverneiras a que estão associadas.
No concelho o número de brandas é significativo, mas nas áreas espaciais de Soajo e Sistelo as brandas recebem somente o gado e pastores, integrando por tal estruturas de abrigo bastantes desenvolvidas.
No caminho desde o Soajo à barragem e aldeia do Lindoso, as povoações mais significativas são Cunhas e Campo Grande, que se espraiam em pequenos oiteiros rodeados de terras de cultivo em socalcos, sobranceiras ao rio Lima, com vistas magnificas sobre as serranias e várzeas em redor.
Antes de se chegar à Barragem do Alto Lindoso, destaca-se à esquerda e ao longe a bela aldeia de Paradela, em terrenos mais altos, em relação ao vale profundo e escarpado onde corre o rio Lima.
Depois de uma curva na estrada avista-se a barragem e mais a cima, na margem esquerda do rio Lima, enquadrada pela Serra Amarela e pela Serra do Cabril, a altaneira aldeia de Lindoso.
A estrada leva-nos rapidamente até à barragem. Parou-se o jipe e fomos a pé observar a grande Barragem do Alto Lindoso.
O aproveitamento do Alto Lindoso, é atualmente o mais potente centro produtor hidroelétrico instalado em Portugal, e como já foi referido localiza-se no alto Lima, a escassas centenas de metros da fronteira com Espanha.
É uma enorme barragem de betão, do tipo abóboda de dupla curvatura, com 110 m de altura máxima e desenvolvimento no coroamento de 297 m, equipada com duas descargas de fundo.
A característica mais saliente do aproveitamento do Alto Lindoso é a potência dos seus dois grupos de geradores - 317 MW no veio da turbina de cada grupo - facto que os torna as mais potentes unidades de produção de energia elétrica instaladas em Portugal. Em média a produção é de 970 milhões de KWh, equivalentes ao consumo anual de 440 000 portugueses.
Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_da_Peneda-Ger%C3%AAs http://www.aldeiasdeportugal.pt/PT/aldeias.php?aldeiaid=10002 ; http://alfarrabio.di.uminho.pt/lindoso/barragem.htm;

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