Após a visita a Turenne, seguimos para Collonges-le-Rouge, a oeste, a apenas 10 quilómetros de distância, e que seria a última aldeia histórica francesa a visitar naquele dia, antes da chegada ao lugar de pernoita.
Collonges-le-Rouge fica situada numa planície
silenciosa, entre montanhas e florestas de um verde luxuriante, mostrando-nos logo à chegada uma arquitetura diferente de todas
as outras aldeias da região de Limousin. Ela é na
realidade uma extraordinária visão medieval: vermelho e rosa.
A aldeia composta pelo seu magnífico casario cor de
ocre, faz jus ao seu nome (le-Rouge), e fica situada numa zona de nível inferior,
em relação à estrada. É uma vila de
visita obrigatória, desde sempre… como evidencia, aliás, a linha de caminho-de-ferro
que lá conduz e termina.
Esta Village, de aspeto e cor tão
invulgares, mantém até hoje, um carácter essencialmente aristocrático, uma vez
que reúne num pequeno espaço, vários palacetes de épocas passadas, que
conservam até hoje a sua dignidade e magnificência. Os
telhados com lajes de ardósia sobre as casas dos séculos XV e XVI, sobressaem no
meio do verde intenso que cerca a village.
No meio da aldeia chama a
nossa atenção a torre sineira da Église
de Saint Pierre. No seu belo portal principal, está representa a Ascensão
de Cristo no registo superior, enquanto a Virgem, humilde e orante, se
encontra cercada pelos onze apóstolos, ocupando o registo inferior. Este é um maravilhoso trabalho de artistas de Limousin,
nas escolas de Toulouse e Auvergne, e foi realizando em pedra
calcária de Nazaré, perto Turenne.
Com todas as construções feitas de blocos de arenito vermelho maciço, a
aldeia oferece-se como um lugar recôndito para apaixonados pelo pôr-do-sol, e
foi precisamente perto dessa hora que lá chegámos.
Os campos que a cercam, marcam
a paisagem em
volta de Collonges-la-Rouge, e neles combinam-se
nogueiras, vinhas, zimbros,
carvalhos e castanheiros, mas também se veem campos de milho.
Em 785, as terras de Collonges, um nome
derivado de Colonia Latina, foram doadas pelo Conde de Limoges para
financiar parcialmente a construção do Mosteiro Charroux em Poitou.
Depois
dos monges construírem o mosteiro, este
começou a atrair camponeses, artesãos e comerciantes, que ali perto se começaram
a estabelecer, prosperando e desenvolvendo uma povoação em torno das muralhas.
Também
ali se fazia o acolhimento dos peregrinos que se dirigiam para Santiago de
Compostela, passando a caminho de Rocamadour,
que ainda hoje é um santuário de grande importância e peregrinação.
O grande
número de peregrinos era uma fonte duradoura de lucro, e em 1308, o Visconde de Turenne concedeu à vila o direito de alta, média e baixa
competência, permitindo governar-se a si própria, o que deu origem ao
nascimento na cidade de linhagens de promotores, advogados e notários.
Após
as guerras religiosas francesas, a sua posse passou para o Visconde de Turenne, recebendo isenções fiscais valiosos, liberdades, franquias, privilégios,
imunidades, bem como o direito exercício da justiça, ficando independente da Coroa
da França. Foi a partir deste momento que ali se fixam muitos membros da
nobreza e daí também a construção de um grande número de impressionantes
castelos e mansões.
O séc. XIX foi marcado pelo aparecimento da
filoxera, que dizimou os vinhedos da região, dando origem ao êxodo rural que
fez com que a village perdesse 40% da
sua população.
Fonte: http://www.les-plus-beaux-villages-de-france.org/ http://www.collonges-la-rouge.fr/
http://voyages.fond-ecran-image.com/
wikipédia.org
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