La Roque Gageac - 22º Dia - Parte III





No segundo dia em La Roque Gageac, foi dedicado à exploração da bela aldeia histórica. A partir do sopé, começamos por subir e explorar as ruas que sobem pela encosta escarpada.

As casas da aldeia trepam desde a margem esquerda do rio Dordogne, até a 1/3 da encosta. Já no cimo da aldeia, encontramos a singela Capela de Saint Julien, o lugar de culto das gentes de La Roque Gageac.

Estava calor em La Roque Gageac. Primeiro estranha-se este calor quase tropical, depois entranha-se, e precisamente por isso, para quem a visita não apetece deixá-la com facilidade.

A situação da aldeia, entre um promontório calcário escarpado, a norte e uma colina cheia de vegetação a sul, transforma o lugar num grande solário natural, o que tornou possível a criação de um extraordinário "jardim exótico" na aldeia, ao lado da pequena igreja.

O jardim que se estende até metade do penhasco, muito bem cuidado, foi criado por Gerard Dorin em 1970, e tem-se desenvolvido desde então de forma luxuriante. A grande diversidade de plantas tropicais e subtropicais, bem como mediterrânicas, só é possível porque o penhasco por trás da aldeia a protege dos ventos frios do norte, enquanto a visão mais aberta para o sul, garante o aquecimento necessário à transformação climática sentida no lugar.

Depois procura-se a subida para o Forte Troglodita. No caminho encontra-se a mansão Le Manoir de Tarde, que fica a meia encosta. A partir de meia encosta a subida para o forte é feita através de escadas em madeira, que nos levam até às suas ruinas.

A vista lá de cima é soberba. Dali têm-se a perceção real daquele lugar místico, com o Dordogne entre cavernas e castelos. É uma autêntica vista aérea de La Roque Gageac, da beleza do rio Dordogne, das colinas a sul e dos telhados das casas que trepam pela falésia.

É também dali que nos apetece indagar o porquê da vida troglodita, e pensar na história dos povos que outrora ali se fixaram.

Durante o período galo-romano, a paz encorajou as pessoas a criar assentamentos bastante consideráveis ​​nas encostas suaves, a leste da aldeia, e até mesmo construir uma estrada romana.

No entanto, a partir do ano 850, os perigos apresentados pelas incursões dos Vikings, em particular, levou a população a procurar abrigo e construir fortificações no local mais seguro, entre o precipício e rio.

A Guerra dos Cem Anos, e depois as amargas "Guerras de Religião" da França, fizeram com que La Roque Gageac resolve-se construir uma fortaleza chave, inexpugnável e densamente povoada.
 
La Roque Gageac sempre foi um importante ponto de comércio no rio Dordogne, mas com o tempo, o tráfego do rio tornou-se cada vez mais importante, com um fluxo muito movimentado de transporte de cargas, feito pelos tradicionais "Gabares", à vela e de fundo chato, que percorriam o rio Dordogne, que também eram usados na pesca comercial, que continuou até o início do séc. XX.


Fonte:  http://en.wikipedia.org/ http://fr.wikipedia.org/ http://espacoerrante.blogspot.pt/ http://www.northofthedordogne.com/

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