No final da visita ao Océanopolis, seguimos a caminho de Brest. De dia tudo se vê melhor. Era
agora tempo de vermos de relance a cidade, a caminho daquilo que ela nos tinha
para oferecer de mais emblemático, que é também o que a marca do ponto
de vista histórico.
Seguimos primeiro para a torre
medieval da cidade, a Tour Tanguy, que encerra hoje o Museu de História de Brest, de onde
se domina todo o porto.
Localizada
no bairro Recouvrance num dos poucos
edifícios poupados pela Segunda Guerra Mundial, o museu Tour Tanguy visa preservar a memória de Brest. A sua posição no morro em frente do local onde se ergue o
castelo, a Tour Tanguy é um
testemunho do que resta da arquitetura medieval de uma cidade que foi quase
totalmente arrasada durante a 2ª Guerra. A velha torre medieval tornou-se nos
nossos dias, uma espécie de caleidoscópio do passado histórico de Brest, graças às suas salas cilíndricas,
que guardam as memórias da cidade.
Esta
torre fazia parte de um edifício que foi sede de justiça, nos séculos XIV e XV, mudando de mãos várias vezes,
para se tornar a moradia do rei da França em 1786. Vendida como propriedade
nacional durante a Revolução Francesa, foi
convertida a moradia, antes de ser destruída por um incêndio em 1944, tornando-se propriedade
da cidade depois da guerra. A torre é o que resta desse antigo edifício e a edilidade transformou-a no atual museu dedicado a
Brest antes de 1939, confiando ao
pintor e historiador Jim Sevellec a
realização de grandes dioramas, que lá se exibem.
A sala no
andar térreo, abre a visita, e nela são observados alguns fragmentos da história
e região à volta de Brest. A
existência da prisão é recordada através de gravuras, assim como cartas geográficas
e vários objetos. É ali mostrado um projeto desenhado da antiga Igreja de Saint-Louis (destruída
durante a 2ª Guerra), mas também ali se veem os planos de vários pontos da
cidade, o mais antigo dos quais data de 1636. A região também é homenageada
como muitas gravuras e fotografias das gentes bretãs.
O
primeiro andar é dedicado a eventos da história da cidade. O principal
interesse do museu encontra-se de facto em seus grandes dioramas, feitos com
cuidado e atenção aos detalhes, incluindo muitos sobre a própria história da cidade.
No
segundo andar as mostras são feitas em painéis arranjados em forma de livro que
mostram fotografias, cartões postais e outros documentos relacionados com a
história da cidade. Para finalizar com um toque de originalidade e folclore, os
visitantes podem mergulhar no estudo dos desenhos e canções tradicionais
ilustradas.
Da plataforma onde se encontra a Tour Tanguy, observa-se o Castelo de Brest, do outro lado do
porto, que tantos episódios da sua história têm para nos contar. É
o monumento mais antigo da cidade, que
foi construído no local de uma
antiga fortaleza galo-romana
e que hoje é principalmente o resultado
de dois períodos de construção: os séculos XV e XVII.
Na cidade também se vê uma alta torre de cerca
de 50 m de altura. É um monumento levantado pelos Estados Unidos para lembrar a participação dos seus
soldados na Primeira Guerra Mundial. Após esta guerra os Estados Unidos
decidiram erigir uma série de monumentos na Europa, homenageando as ações de
suas forças armadas durante o conflito. Brest foi
escolhida para comemorar os «feitos das Forças Navais americanos e franceses». Esta torre em granito polido tem três andares e está localizada perto da estela que comemora a partida
dos mesmos soldados para a América.
Convém explicar que foi em Brest
que mais de 800 mil americanos, os «doughboys»,
desembarcaram desde 12 novembro de 1917 a 28 de novembro de 1918. Enquanto
aguardavam a sua transferência para a frente, 80.000 soldados foram alojados em
Pontanézen, uma cidade litoral
situada a norte, nas proximidades de Brest, que literalmente se tornou uma
cidade americana. Em 13 de dezembro de 1918, também foi em
Brest, que o presidente Wilson desembarcou
e recebeu uma receção triunfal a caminho para a conferência de paz que pôs fim
à guerra. E
também foi em Brest, que as mesmas
tropas americanas voltaram para casa, num processo que durou até agosto
de 1919.
Fonte: http://www.univ-brest.fr/ https://maps.google.pt/
http://www.linternaute.com/
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