A noite em Le Caserne passou com grande tranquilidade. Durante a manhã descansámos e só saímos com a autocaravana após um pequeno-almoço almoçarado.
Como o Mont Saint-Michel tinha só sido
visitado à noite, foi para lá que rumámos mais uma vez. Lá chegados
estacionámos a autocaravana no parque rebaixado em relação à estrada, em cota abaixo
do nível do mar, que àquela hora estava disponível por estar maré baixa, só
sendo esperada a maré alta, lá para o final da tarde.
Antes de caminharmos em
direção ao Monte, ficámos ali durante algum tempo a olhá-lo, e a tirar fotos de
vários ângulos. É um lugar inesquecível e de grande beleza cénica, sendo sem
qualquer dúvida, um daqueles locais que uma vez olhados de perto despertam em
nós um amor prolongado, que nunca mais se esquece.
Depois foi a vez de
revisitar o povoado medieval, deambular pelas ruas apinhadas de gente, ver as
lojas, os recuerdos, procurar
recantos escondidos… e até subir-se a meia encosta para olhar mais uma vez a
baia de areias douradas pelo sol, um misto de beleza Etéria e ao mesmo tempo
estéril…
A meio da tarde e depois
da visita, deixámos com muita pena nossa o Mont
Saint-Michel para trás e iniciámos o caminho de retorno, com rumo a Fougères, a apenas 40 Km de distância e
classificada como village de France (Pays Villes et d'Art et d'Histoire), cujo nome bretão é Felger.
Não é por acaso que esta
bela cidade medieval se chama “Fougères”
(em português, Samambaias). Lembro-me
como se fosse hoje, da chegada a Fougères.
A cidade é tão verde e emboscada que mais parece um ninho de cucos.
Respira-se um clima de
tranquilidade e sossego tão grandes que a cidade parece parada no tempo. É
também um lugar que respira história por todos os poros.
Segundo os guias
turísticos, a cidade tem como principal atração e interesse monumental o seu
famoso Château de Fougères, uma antiga
fortaleza medieval, rodeada por muralhas, construída em cima de um monte granítico,
que foi outrora propriedade do duque da Bretanha.
O núcleo histórico situado
no vale onde corre o rio Nançon é
dominado pelo Château de Fougères, dos séculos XI-XV, e ao seu redor
desenvolve-se o antigo povoado da época Armórica.
Mas não só do seu castelo
vive a cidade. Fougères é de uma
beleza rara. Situada numa cova de terreno, cresceu trepando pelas encostas (entre
terrenos situados na fronteira entre a Bretanha
e a Normandia), culminando estas em
dois assentamentos de onde se desfrutam belas vistas do burgo medieval, lá em
baixo.
Foi ao cimo de uma dessas encostas chegámos vindos do Mont Saint-Michel. Depois de
estacionarmos a autocaravana num pequeno parque que se empoleira em lugar
privilegiado.
Esta igreja foi construída
em 1397, e tem uma importância simbólica para a cidade. Fundada por
comerciantes locais, permitiu que pessoas comuns pudessem assistir às missas, o
que anteriormente não sucedia, sendo apenas um privilégio do clero e da nobreza.
Há sua volta encontramos
um belo jardim, arranjado à maneira francesa, e para oeste, no ponto em que o
declive se acentua, encontramos um miradouro que lá do alto, nos mostra a antiga
cidade medieval envolta em verde profundo.
Destes jardins que descem pela
encosta em socalcos até ao burgo, existem caminhos que nos levam até ao rio Nançon e às casas medievais que
circundam a Place du Marchix.
Fougères é
historicamente uma cidade de origem galesa, pois foi fundada pelos primeiros
colonos chagados à Bretanha e vindos
do País de Gales, para a antiga Armórica (que em galês, quer dizer “lugar atingido por mar”), provindo o
seu nome da língua galesa, que designava a cidade por “Foujerr”.
A cidade esteve envolvida
numa célebre rebelião contra a Revolução Francesa em 1793. A escaramuça deu-se perto
de Fougères e foi o tema de um
quadro do pintor francês Julien Le
Blant's (1851-1933), designada “Le
Carré Bataillon, Affaire de Fougères 1793”, que ganhou uma
medalha de ouro na Exposição Universal de 1889.
Também a esta escaramuça Honoré de Balzac faz referência, em “Les Chouans” um romance de 1829, incluído nas “Scènes de la vie militaire” de sua La Comédie humaine, fazendo figurar Fougères e o seu Castelo, como lugar de ação. (podem ler este livro em: http://www.inlibroveritas.net/lire/oeuvre2514.html)
Também a esta escaramuça Honoré de Balzac faz referência, em “Les Chouans” um romance de 1829, incluído nas “Scènes de la vie militaire” de sua La Comédie humaine, fazendo figurar Fougères e o seu Castelo, como lugar de ação. (podem ler este livro em: http://www.inlibroveritas.net/lire/oeuvre2514.html)
Fonte: http://fr.wikipedia.org/ http://maps.google.pt/
www.espacoerrante.blogspot.com/http://www.youtube.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Les_Chouans
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