Chegada a Saint-Malo - 15º Dia - Parte III



 
Depois da visita a Brest, partimos com destino a Saint-Malo, para ali ficarmos 2 noites, antes de rumarmos ao Mont Saint-Michel, já na Normandia, onde terminaria a nossa viagem de ida.

Saint-Malo é uma cidade de tamanho médio/grande, onde o turismo é bastante intenso, sobrepondo-se às restantes atividades e gentes locais. Ali a melhor opção não é a procura de uma AS perto da cidade, mas sim de um bom parque de campismo, sossegado e sem confusões.

Lá chegados seguimos então para o Camping de la Cité d'Aleth, do outro lado do estuário e em frente a Saint-Malo e um pouco longe desta cidade. Outrora foi uma ilha, mas hoje parece-se mais com numa restinga, designada ainda hoje por Ile d’Aleth ou Cité d’Aleth, pois só está ligada ao continente por um istmo que comporta a estrada que a liga a Saint-Malo. O Camping está muito bem situado, é bastante moderno e agradável, e fica situado numa elevação de terreno, com uma excelente vista panorâmica sobre o estuário e Saint-Malo. Nesta Ile d’Aleth existe um antigo forte medieval, que teve outrora muita importância na defesa da zona.

Quanto a Saint-Malo é uma antiga cidade medieval cercada de muralhas, construída com a mesma pedra de granito cinza, que o Mont Saint-Michel. Há sua volta o estuário do rio Rance, forma muitas ilhotas, algumas rochosas e outras formadas por bancos de areia, que dão uma expressão única ao lugar.

A cidade era na Idade Média, uma ilha fortificada na foz do rio Rance, que controlava não só o estuário, mas também toda a zona costeira por aquelas bandas. No entanto a cidade nova de Saint-Malo tem as suas origens num pequeno povoado de origem monástica, que cresceu à volta do Mosteiro de Cézembre, situado numa pequena ilha, próxima de Aleth e fundado pelos santos, St. Aarão (em bretão, Santo Aihran) e St. Brendan, no início do séc. VI.

Outrora além de Saint-Malo, era também o Forte do promontório da Ile d’Aleth (onde fica situado o camping escolhido por nós), situado a sul do centro moderno de Saint-Malo, que comandava as abordagens ao estuário do rio Rance, mesmo antes da ocupação romana.

Nos séculos seguintes, este lugar e o seu forte, tornaram-se famosos como o lar de uma comunidade feroz de piratas-marinheiros, que nunca estiveram sob o controle de ninguém, tendo mesmo durante quatro anos, a partir de 1590, sido, uma república independente. Os Corsaires de Saint-Malo, como eram chamados, não só obrigavam os navios ingleses que passavam no canal, a pagar tributo, como iam buscar tesouros além-mar, ou riquezas que aprisionavam a outros navios que por ali passavam vindos de longe.

Jacques Cartier, que colonizou o Canadá, viveu e partiu de uma das ilhas de Saint-Malo (Ille-et-Vilaine), fazendo três viagens ao Canadá, em busca de ouro, tal como fizeram os primeiros colonos das ilhas Falklands, da Argentina. Estas ilhas, são também designadas de Las Malvinas, cujo nome deriva de les Malouins, os habitantes franceses de Saint-Malo.

Imprimir lendas a estes lugares do norte francês, não significa muito para os pergaminhos de Saint-Malo nem das ilhas em seu redor, pois não lhe acrescentam nenhuma mais-valia artificial. A vida real do burgo dispensa ficções fantasiosas, pois a sua história é atravessada pela exata notícia de muitos feitos audaciosos, não só pela sólida matéria dos sonhos tornados realidade, mas também pelas firmes façanhas das suas gentes que ao longo dos séculos se afirmaram tanto, quanto as largas muralhas de granito da sua orgulhosa cidadela.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/ http://www.almadeviajante.com/ http://ferryto.com.hr/pt

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